Em
1854, o Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail ouve falar, pela primeira vez, sobre
o fenômeno das mesas girantes. Em maio de 1855, presencia o fenômeno, constatando
a sua autenticidade e predispondo-se a estudá-lo a fundo.
Em
12 de junho de 1856, o Prof. Rivail mantém um diálogo com o Espírito Verdade, o
qual confirma a missão que outros Espíritos já lhe haviam anunciado e acrescenta:
“Previno-te de que é rude a tua [missão], porquanto se trata de abalar e
transformar o mundo inteiro. [...] Tens que expor a tua pessoa. Suscitarás
contra ti ódios terríveis; inimigos encarniçados se conjurarão para tua perda;
ver-te-ás a braços com a malevolência, com a calúnia, com a traição mesma dos
que te parecerão os mais dedicados; as tuas melhores instruções serão
desprezadas e falseadas; por mais de uma vez sucumbirás sob o peso da fadiga;
numa palavra: terás de sustentar uma luta quase contínua, com sacrifício de teu
repouso, da tua tranquilidade, da tua saúde e até da tua vida, pois sem isso,
viverias muito mais tempo. [...] Para tais missões, não basta a inteligência.
Faz-se mister, primeiramente, para agradar a Deus, humildade, modéstia e
desinteresse [...] coragem, perseverança e inabalável firmeza [...] prudência e
tato [...]. Exigem-se, por fim, devotamento, abnegação e disposição a todos os
sacrifícios”.* ( *Allan Kardec – Obras Póstumas – Segunda parte – “Minha missão”.)
Diante
de tal revelação, o Prof. Rivail aceita tudo sem restrição e eleva a Deus uma
prece: “Senhor! pois que te dignaste lançar os olhos sobre mim para cumprimento
dos teus desígnios, faça-se a tua vontade! Está nas tuas mãos a minha vida; dispõe
do teu servo. [...]”.
Dez
anos e meio depois, Kardec atesta que a comunicação do Espírito Verdade se realizou
em todos os pontos e que, com a assistência dos bons Espíritos, enfrentou os desafios
da missão recebida e executou a sua tarefa com ardor, determinação e perseverança,
sem se preocupar com a maldade de que era alvo. Observa, ainda, as alegrias que
estava vivenciando, vendo a obra crescer e a Doutrina Espírita se espalhar, consolando
os aflitos.
Em
março de 1869, retorna ao mundo espiritual, deixando à Humanidade a Doutrina
Espírita codificada – o Consolador Prometido por Jesus materializado entre os
homens. E lega, também, a todos nós, um exemplo de humildade, dedicação e
espírito de sacrifício, que deve ser seguido, fielmente, pelos que pretendam colaborar,
com êxito, na difusão de sua obra.
REVISTA - O REFORMADOR