domingo, 3 de fevereiro de 2013

Uma Cena na Avenida

A grande avenida atingira o clímax do movimento.
Ônibus, apinhados de gente, passavam rápidos.
Carros exibiam buzinas estridentes.
Pessoas transitavam apressadamente.
Na calçada, perto da esquina, pobre homem esmolava.
O rosto emagrecido relatava profunda miséria.
As vestes em frangalhos denunciavam a longa e dolorosa
estrada. As pernas mostravam varizes abertas em úlceras,
necessitadas de tratamento urgente.
O homem pedia socorro.
Transeuntes passavam desatenciosos.
Muitos paravam e logo seguiam. Outros viravam o rosto, em
gesto de defesa.
Outros ainda mudava o rumo.
Pouco depois, porém, um camelô instalou-se na esquina.
Anunciava os produtos com grande algazarra.
Contava piadas entre uma e outra oferta.
O povo parava e ajuntava-se.
Curioso acotovelavam-se, procurando ver melhor.
E logo se fez grande aglomerado.
Quase nunca ouvimos os apelos da caridade.
Despercebemos o chamamento ao serviço do bem.
Alegamos falta de tempo para a assistencia aos sofredores.
Contudo, basta que ouçamos o convite aos prazeres e às futilidades,
para que nos movimentamos logo e disputemos os primeiros lugares.



Valérium
Psicografia extraída de "Histórias da Vida" - Médium: Antônio Baduy Filho

Nenhum comentário :

Postar um comentário

O Portal Espírita