Temas: Livre-arbítrio e Fatalidade
Perguntas 849, 850 e 851 de O Livro dos Espíritos de Allan Kardec.
849. No homem primitivo, a faculdade dominante é o instinto ou o livre-arbítrio?
É o instinto, o que não o impede de agir com total liberdade em certas circunstâncias; como a criança, ele aplica essa liberdade às suas necessidades e ela se desenvolve com a inteligência.
Porém, como vós, sois mais esclarecidos do que um selvagem e também mais responsáveis pelo que fazeis.
850. A posição social não é, algumas vezes, um obstáculo à total liberdade dos atos?
O mundo tem, sem dúvida, suas exigências.
Deus é justo e tudo leva em conta, mas vos deixa a responsabilidade do pouco esforço que fazeis para superar os obstáculos.
851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme o sentido que se dá a essa palavra, ou seja, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso, como fica o livre-arbítrio?
A fatalidade existe apenas na escolha que o Espírito fez ao encarnar e suportar esta ou aquela prova.
E da escolha resulta uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição que ele próprio escolheu e em que se acha.
Falo das provas de natureza física, porque, quanto às de natureza moral e às tentações, o Espírito, ao conservar seu livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor para ceder ou resistir.
Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode vir em sua ajuda, mas não pode influir de modo a dominar sua vontade.
Um Espírito mau, ao lhe mostrar de forma exagerada um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo.
Porém, a vontade do Espírito encarnado está constantemente livre para decidir.