terça-feira, 23 de junho de 2015

O Adolescente e os Transtornos Sexuais

Na fase do desenvolvimento orgânico do jovem, a glândula hipofisiária desempenha papel preponderante a fim de que ocorra o crescimento na puberdade.

Essa glândula se encontra localizada na base do cérebro, a ele se ligando por intermédio de fibras nervosas. Por ocasião do amadurecimento das células que constituem o hipotálamo, que é um centro nervoso regulador do equilíbrio, sinais específicos são direcionados à glândula hipofisiária para que sejam liberados os hormônios que se encontram inibidos. Essa liberação produz um imediato efeito na maioria das glândulas do sistema endocrínico, tais a tireóide, a epífise, a adrenal, os testículos, os ovários, que se encarregam de produzir os seus hormônios, tais os androgênos, que são masculinizantes, os estrogénios, que são feminilizantes, as progestinas — específicas para proporcionar a gravidez — que desempenham papel fundamental no crescimento e no desenvolvimento do sexo.
Definem-se, concomitantemente, os caracteres anexos das expressões sexuais, completando as formas biológico-anatômicas e contribuindo para a identidade e a psicologia do adolescente.
Cargas genéticas se manifestam e o tumulto emocional se estabelece, nem sempre de forma harmônica, dando surgimento aos conflitos que irão afetar-lhe o comportamento, gerando, algumas vezes, patologias graves.
Fatores variados interferem nesse momento e, graças àpresença da progesterona e de outros hormônios em ambos os sexos, o jovem masculino pode revelar simultaneamente tendências e eleição por atividades femininas, facultando-lhe uma conduta andrógina, o mesmo ocorrendo com a moça que se resolve por esportes que exigem força e habilidades comuns ao homem, ou adota profissões de comando, de ação fora do lar na competitividade do mercado de trabalho.
Essa androginia tem enriquecido muitos adolescentes, auxiliando-os a desenharem o futuro e conquistá-lo, desde que não permitam ao tecido moral e social esgarçar-se nos devaneios perturbadores que empurram para o homossexua­lismo na sua feição promíscua.
‘Por outro lado, os fatores psicossociais e domésticos podem levar o jovem a uma preferência psicológica e afetiva por outrem do mesmo sexo, sem que se manifestem as tendências para a conduta expressa em relacionamentos profundos de intercurso desequilibrante, que lhe afetem o comportamento orgânico e emocional.
A frustração materna, da genitora que anelava por um filho e gerou uma menina, ou vice-versa, passando a cuidar do ser em formação conforme houvera preferido recebê-lo, pode contribuir para que se instale uma distonia entre a forma e a psicologia da criança, mais tarde adolescente, engendrando mecanismo de fuga para a incorporação da personalidade que lhe foi projetada e não lhe corresponde à forma física.
Nesse capítulo, ainda têm destaque a preferência doentia da supermãe, as atitudes da mãe castradora, do pai arbitrário ou negligente, que interferem no desenvolvimento do filho, imprimindo-lhe no inconsciente imagens falsas da realidade, que ressumam na adolescência em forma de desidentificação sexual, dando lugar aos conflitos, à insegurança quanto à sua capacidade de relacionamento equilibrado e estável, sem as preferências e opções homossexuais ou bissexuais, ou, ainda, sadomasoquistas, ou mesmo patológicas em geral...
Aprofundando mais a sonda nas psicogêneses do homo e do bissexualismo, o Espírito, em si mesmo, é sempre o modelador da sua organização através do corpo intermediário — o perispírito — que plasmou uma anatomia corretora para os desmandos pretéritos na área do sexo, preservando a psicologia anterior, portanto diferente da anatomia.
O homem tirano e pervertido que explorou mulheres, que as submeteu às suas paixões lúbricas e as infelicitou, por necessidade de evolução recomeça no corpo com a forma feminina e as aptidões psicológicas masculinas. Da mesma maneira, a mulher que viveu da sensualidade e da perversão, havendo contribuído para sofrimentos nos lares equilibrados ou produzido dilacerações nas almas, renasce no corpo masculino com as matrizes psicológicas femininas ou em dificuldade de identificação sexual...
Vemo-los, na infância, desde os primeiros instantes do seu desenvolvimento, revelando interesse, usando roupas e apresentando ademanes do sexo oposto ao seu, e, ao crescerem, demonstrando maior soma de caracteres divergentes, inclusive na área da afetividade.
Nenhuma restrição a essas manifestações, perfeitamente naturais no decorrer do desenvolvimento e conquista evolutiva, passando pelas várias expressões da forma orgânica no sexo, a fim de somarem os valores e significados de um como os de outro — anima e anitnus, yang e yin — no processo de formação de um ser ideal, harmônico, saudável.
Na atualidade, também contribui largamente para a opção sexual, em oposição à própria polaridade, a bem urdida propaganda apresentada pela mídia, que alcança o adolescente em indecisão ou em insegurança, direcionando-o para condutas homo e bissexual, ou outras denominadas pervertidas que caracterizam estados psicopatológicos.
Ainda poderíamos recorrer à iniciação, quando adultos perversos e doentes estupram, ou desviam a atenção sexual do jovem em formação, empurrando-o para comportamentos alienados, em flagrante violência à sua liberdade de conduta.
Lamentavelmente, o uso indevido e alucinante do sexo irresponsável, em qualquer expressão na qual se apresente, responde por sérios distúrbios que assolam o organismo social, desajustando as criaturas que se movimentam estranhas, caricatas, ridículas umas, alienadas outras, não se contabili­zando aquelas que fogem para a depressão, o alcoolismo, as drogas aditivas, em decorrência das distonias sexuais que não conseguem superar.
Urge criar-se no adolescente a mentalidade do amor em relação à vida e especificamente ao sexo, face à sua complexidade, à sua função e finalidade, fundamentais na existência humana.
Procedente dos instintos agressivos e reprodutores por onde transitou, o psiquismo, em largo período, ao humanizar-se, sofre o pesado ônus dos automatismos, que à razão cumpre administrar e canalizar para os futuros cometimentos da iluminação interior.

Diante de qualquer distúrbio sexual ou mesmo da harmônica polaridade, antes de o adolescente ou mesmo o adulto se permitirem o uso, a ação promíscua ou abusiva, pergunte-se ao amor que fazer e como realizá-lo, e o nem tampouco se faça a si mesmo, fruindo hoje um prazer fugaz, que resulta em um largo despertar entre danos prolongados.
Adolescente e Vida
Joanna de Ângelis/Dilvado Franco
Cap. 22.

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